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Os princípios da felicidade

  • 12 de janeiro de 2022
  • Equipe Riva
  • 19 minutos de leitura
Os princípios da felicidade Riva Incorporadora

Por onde a gente pode começar a ser feliz? Vamos imaginar a felicidade como uma obra, um edifício alto e grande. Em algum momento, foi preciso planejar essa obra, essa construção. E antes de começar a subir o primeiro andar, criou-se as bases para esse edifício subir com segurança. 

Podemos usar esse exemplo para pensar na construção da nossa felicidade. Sem fundação, ela será efêmera, será apenas uma ideia que não fará parte verdadeiramente de nós.

Precisamos montar essas bases e também fazer com que elas sejam firmes, seguras. Para isso, teremos que aprender como fazer, testar e colocar em prática. Parece dar muito trabalho, não é mesmo? 

Por outro lado, quando pensamos o quanto queremos morar em um lugar seguro, que não desabe, que seja resistente ao vento e à chuva, sabemos que construir leva tempo e requer paciência. Ou melhor, resiliência. E acredito que todos nós queremos morar onde existe felicidade. 

Deixa então eu te contar como montar as bases para esse sonho que é ser mais feliz. E que pode ser muito real. A base da felicidade é composta por 5 princípios: significado, espiritualidade, amor, viver no presente e maestria da mente.

Vamos ver cada um deles.

1. Significado 

Será que precisamos encontrar sentido para viver? Que precisamos de uma razão para percorrer nosso caminho na Terra? Muitos de nós vivem, mas não se perguntam pelo que está vivendo. Por qual motivo se levanta de manhã cedo.

Muitos de nós vivem para fazer coisas: se formar, arrumar um bom emprego, casar, ter filhos… morrer. Vejo isso como um desperdício de sentido. E pergunto: qual a razão da nossa existência? 

Mark Twain dizia que os dois dias mais importantes da sua vida são os dias que você nasceu e o dia que você descobre o porquê. E essa descoberta é uma das tarefas mais importantes da nossa existência, principalmente se queremos uma vida mais realizada e feliz.

Mas essa busca não é de hoje. Os grandes filósofos, como Aristóteles, defendiam a eudaimonia, isto é, a busca da realização das próprias potencialidades e ainda estar a serviço de algo superior à própria individualidade.

De lá para cá muitos anos se passaram, e os cientistas da felicidade, como o pai da Psicologia Positiva, Martin Seligman, confirmam que uma vida feliz é uma vida que vale a pena ser vivida, que traz em si um significado. 

Além de Seligman, uma das minhas pesquisadoras favoritas, Sonja Lyubomirsky, traz um dos conceitos que mais gosto para a felicidade:

Felicidade é a experiência de alegria, contentamento ou bem-estar positivo, combinada com a sensação de que a vida é boa, significativa e vale a pena.” 

Isso mostra que uma vida feliz vai além de ser uma vida somente de prazer, é preciso ter propósito.

E por que esses pesquisadores defendem tanto o sentido da vida, ou o sentido que damos a nossa existência? Segundo os estudos, essa sensação de contribuir para algo importante traz mais satisfação do que o dinheiro pode comprar.

É sentir que nossas atividades e experiências possuem um valor intrínseco. Conseguimos perceber que só a busca pelo prazer e por ganhos materiais não é suficiente para nos preencher. Encontramos a verdadeira felicidade quando sentimos que estamos contribuindo com algo maior que nós mesmos.

Isso é válido para as relações, para o trabalho, para a fé ou mesmo para a comunidade da qual fazemos parte. 

Encontrar uma razão para viver, que vai além do seu núcleo familiar, que pode ter um impacto, mínimo que seja, na vida de mais pessoas, pode nos trazer a genuína felicidade. Para isso, para encontrar sentido, para ter um propósito, deixo aqui uma dica: 

Liste todos os seus pontos fortes, aquilo que você ama fazer, que faz seu olho brilhar. Agora pense em coisas que são essenciais para o mundo. Mais tolerância? Aprender a lidar com dinheiro? Descobrir como reciclar o lixo? Diminuir o sofrimento de crianças abandonadas? Dar um lar para animais de rua? 

Mas essa resposta é construída por você. Dentro do seu conhecimento, daquilo que você sabe fazer bem, certamente existe uma dor que pode ser resolvida com essa sua capacidade. Ao unir esses dois pontos, seu talento com o que o mundo precisa, você terá seu propósito. E isso muda tudo. Isso abre a porta para a felicidade. 

Mas lembre-se: o seu propósito não precisa somente ser algo grandioso. Os funcionários de um hospital foram entrevistados para uma pesquisa, e a conclusão nos revela a força do propósito. Os pesquisadores perguntaram: o que você faz aqui?

Fizeram essa pergunta para médicos, enfermeiros e para a equipe de limpeza. Mas uma resposta chamou a atenção dos entrevistadores: uma pessoa da limpeza respondeu que ela ajudava a salvar vidas, pois um centro cirúrgico limpo é fundamental para a sobrevivência dos pacientes. 

Agora, você pode imaginar que esse é um tema fútil, de gente que não tem mais com o que se preocupar. E se eu disser que ter um significado é ainda mais importante para os momentos de dor? O maior exemplo vem do psicólogo Viktor Frankl, que conta a sua história no campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Frankl relata que pessoas que tinham um significado, uma razão para existir, foram as pessoas que sobreviveram aos horrores dos campos de concentração. Incrível, não?

Se você nunca havia pensado nisso antes, vou te deixar com a última pergunta para refletir:  Como você vai honrar seu raro e precioso tempo no planeta Terra e viver cada instante de uma vida que vale a pena ser vivida?

2. Espiritualidade 

Há pouco mais de vinte anos, a psicologia positiva passou a estudar quais seriam as características de pessoas mais felizes e uma delas é a espiritualidade. A espiritualidade pode ser entendida como a necessidade humana de buscar significados para a vida por meio de conceitos transcendentes.

De acordo com as pesquisas de Sonja Lyubomirsky, pessoas espiritualizadas são mais felizes, altruístas e se recuperam mais rapidamente de traumas. Além disso, ter uma base espiritual nos ajuda a viver mais e melhor.

Ao ter fé e apoio espiritual, nossas chances aumentam em até três vezes em ter uma melhor recuperação de uma cirurgia cardíaca, por exemplo.

As pesquisas mostram que pessoas mais espiritualizadas são mais felizes por três motivos:

1. O grupo social, o forte contato e apoio de pessoas que compartilham da mesma crença.

2. A fé em algo maior que nós mesmos nos ajuda a ter mais resiliência, a ter conforto em períodos de dificuldade. A fé traz uma sensação de paz e segurança, além de amor e cuidado. 

3. E por fim, mas não menos importante, ter fé nos ajuda a encontrar sentido nos acontecimentos, principalmente os traumáticos. Como se o evento fizesse parte de um plano divino mais amplo e que aquela situação veio para nos ensinar algo importante.

Uma forma prática de trabalhar a espiritualidade é alinhar ou incorporar à nossa vida valores tais como:

Compaixão – é enxergar a dor do outro e sentir vontade de ajudar. É a base da empatia.

Bondade – é a qualidade de quem tem alma nobre e generosa e é naturalmente inclinada a fazer o bem. 

Consciência – é saber que nossos atos podem afetar a todos. 

 – é acreditar em algo maior que você mesmo. Deus, Buda, Energia, Universo, o que se quiser chamar, traz uma enorme força.

Perdão – É difícil ser feliz sem ter a capacidade de perdoar. Sabemos que não é fácil, por isso dizem que é divino. Perdoar o outro, perdoar a si mesmo.

Ou seja, espiritualidade, longe de ser uma religião, é a forma que encontramos de transcender nosso mundo incerto e imperfeito. Mais um dos pilares da felicidade.

3. Amor

Não consigo imaginar a felicidade sem o amor. De acordo com as pesquisas, ter fortes laços familiares, de amizade e conviver com pessoas de que gostamos é um dos maiores motivos para a felicidade.

De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard, durante setenta e cinco anos, com setecentos homens, a qualidade das relações é um dos maiores motivos para a felicidade, saúde e longevidade. 

Um outro estudo, conduzido pela Universidade de Londres, mostrou que os relacionamentos contribuem mais para a felicidade do que a renda. A conclusão do estudo relata que uma pessoa que ganha três mil e trezentas libras mensais e encontra com frequência amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem o salário dez vezes maior mas que sacrifica a sua vida social, ou seja, nunca ou raramente encontra os amigos. 

Outros estudos mostram que pessoas casadas são mais felizes que as solteiras. E que o casamento acrescenta, em média, sete anos de vida ao homem, e quatro às mulheres. Mas é claro que estamos falando de casamentos positivos e construtivos.

Não existe nenhuma força mais poderosa que o amor: dar e receber. O amor nos torna pessoas melhores. O amor é mais do que um conceito abstrato e romântico. 

Quando falamos em amor, não estamos falando só de amar os outros, mas de amor-próprio. É se conhecer, respeitar quem você é, seus limites, ter a coragem de ser você mesmo.

Quantas pessoas passam a vida se sentindo infelizes por querer agradar a todos? Ame agora, sem esperar o amanhã. Diga hoje e todos os dias o quanto você ama as pessoas. 

4. Viver no presente

Em qual dia você está vivendo? Está aqui e agora ou no futuro criando expectativas? Quem sabe no passado, revirando alguma memória. Você não está só se estiver agindo assim. Mas pode estar fazendo parte de uma população que se deixa levar pela ansiedade depositada no futuro ou pelo remorso do passado.

Cientistas mostraram que a nossa mente está divagando em 50% do tempo e nos sentimos menos felizes quando não estamos focados no presente. E isso não é só importante para nós, mas para as pessoas que amamos também.

Já reparou naquelas famílias nos restaurantes? Cada um no celular? Ninguém conversa mais. E isso é ainda mais grave para as crianças: 84% delas sentem que seus pais preferem o celular do que ficar em sua companhia.

E como resolver isso? Um dos caminhos é praticar a Atenção Plena – a capacidade de usar a atenção tanto para o mundo interior quanto para o exterior. É estar presente, de corpo e alma em tudo o que fazemos.

Se estamos cozinhando, estamos 100% focados no momento. Se estamos trabalhando, idem. É estar presente, no aqui e agora. Isso me lembra um diálogo:

Mestre, onde está Deus?

– Aqui mesmo.

– Onde fica o Paraíso?

– Aqui mesmo

– E o Inferno?

– Aqui mesmo. Tudo está aqui mesmo. O presente, o passado e o futuro estão aqui mesmo. Aqui está a vida e aqui está a morte. É aqui que os opostos se misturam. 

– E eu, onde estou?

– Você é o único que não está aqui.

E não estar presente é o caminho para a infelicidade. 

5. Maestria da Mente 

Vivemos num tempo em que a felicidade pode facilmente ser confundida com algo externo, com objetos materiais, com relacionamentos sociais e econômicos, com poder… mas na realidade ela está aqui dentro, mais especificamente aqui, no meu, e aí, no seu cérebro.

Quando algo de ruim ou bom acontece com a gente, seu valor não vem do fato em si, que é bom ou ruim, e sim das imagens que elaboramos a seu respeito em nossos cérebros: das nossas sensações, das nossas percepções e das nossas conclusões sobre cada acontecimento, fato, situação, contexto.

De acordo com o professor de Harvard, Shawn Achor, somente 10% da nossa felicidade de longo prazo é prevista pelo que acontece com a gente e 90%, pela forma como nosso cérebro processa o acontecimento. Então por que é tão difícil ser feliz? Nosso cérebro não foi programado para a felicidade e sim, para a sobrevivência.

Lá no tempo das cavernas, era muito importante estar atento aos perigos. Se um tigre aparecia, eu precisava perceber o tigre e fugir dele. Nesse sentido, de lá para cá nosso cérebro não evoluiu. O nosso cérebro primitivo é programado para ficar atento aos perigos, às ameaças.

Isso significa que somos muuuuito atraídos pelo que é ruim como uma ferramenta de sobrevivência. E para piorar as coisas, o que é bom, nosso cérebro tem bastante dificuldade de perceber e o pior, de guardar. 

A verdade é que nosso cérebro nos ajudou muito na evolução e na sobrevivência, mas prejudicou bastante a nossa felicidade. E agora? Meu cérebro é assim, sento, choro e vou ser infeliz o resto da vida? Não, tenho uma boa notícia: você não é seu cérebro.

Seu cérebro é um órgão comandado por você. Mais especificamente pela sua mente. Se seu cérebro é a origem do seu sofrimento, pode também ser sua cura. E a grande descoberta foi saber que a mente pode moldar o cérebro. 

De acordo com o neurocientista Rick Hanson, nosso cérebro é um órgão que aprende. Ele é desenhado para ser alterado de acordo com nossos pensamentos. O que pensamos e sentimos, aos poucos, vai esculpindo a estrutura neural.

Mas daí veio a pergunta de um milhão de dólares: como fazer? O primeiro ponto é ter consciência que é você quem comanda sua mente e não o oposto. Os grandes sábios já sabiam: a sua mente é sua melhor amiga e sua pior inimiga. 

Existe uma região do cérebro responsável pela felicidade. Exames de mapeamento cerebral mostram o córtex pré-frontal. O neurocientista Richard Davidson estudou que pessoas com alto nível de atividade nessa área relatam ter emoções mais positivas.

A boa notícia é que é possível mudar a atividade do córtex pré-frontal de forma voluntária, como a meditação por exemplo. Uma das mais poderosas é a meditação da bondade. Isso comprova que a felicidade não é simplesmente um estado ou uma característica pessoal, mas fruto de competências que podem ser desenvolvidas com treinamento mental.

Uma forma de treinamento mental é praticar o esforço consciente de arquivar, interiorizar o que é bom. Temos dificuldade de perceber o que é positivo.

Uma prática que ajuda é a lista da gratidão ou simplesmente estar atento aos momentos positivos e tentar desfrutá-los ao máximo. Outra dica é aproveitar ao máximo cada experiência positiva. Mantenha viva a sensação no seu pensamento, mentalizando por cinco, dez, vinte segundos.

Não dê atenção a outra coisa. Quanto mais tempo algo é retido na consciência e quanto mais estimulante emocionalmente isso for, mais neurônios disparam e se conectam e maior é o rastro de memória. 

Ou seja, o que vimos até agora é que a base da felicidade é construída por nós. É uma escolha diária. 

Isso me lembra uma antiga lenda, que conta a história de uma conversa entre um velho índio e seu neto. A lenda conta que, certa noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas. 

Ele disse: 

– “Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é mau. É desesperança, raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é bom. É alegria, esperança, fraternidade, paz, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.”

O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: 

– “Qual lobo vence?” 

Então, o velho índio respondeu: 

– “Aquele que alimento”.

Como seres humanos, sentimos diversas emoções, umas são agradáveis e outras desagradáveis. Todas são importantes. Fugir das emoções é fugir de si mesmo, o que é impossível. Mas não precisamos ser escravos delas.

Podemos escolher o que alimentar, e hoje mais do que nunca é necessário fazer essa escolha diariamente, mesmo que pareça impossível.

Autora: Flavia da Veiga, especialista em Felicidade

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