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Mulheres na construção civil e no mercado imobiliário: há espaço para elas?

  • 21 de março de 2022
  • Equipe Riva
  • 8 minutos de leitura
Mulheres na construção civil e no mercado imobiliário: há espaço para elas? Riva Incorporadora

Por um bom tempo, os setores da construção civil e da engenharia foram vistos como ambientes extremamente masculinos, afastando a mão de obra das mulheres em todos os cargos. Com o passar dos anos, essa situação foi perdendo força, se modificando com tendências e abraçando mulheres em variados cargos.

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Para nos aprofundarmos sobre o assunto, convidamos para um bate-papo a Nane Ogata, diretora de  vendas da Riva, que compartilhará seu conhecimento e suas experiências no mercado da construção civil e no mercado imobiliário. Confira!

Como está o cenário das mulheres na construção?

Para a Nane, o cenário é “um pouco mais amistoso, porém ainda muito masculino e machista”. Ainda é mais comum encontrar mulheres nos meios criativos das construtoras, como: marketing, arquitetura e vendas. E mesmo nessas áreas, as lideranças são em grande maioria masculinas. Já, dentro do Grupo Direcional, mais especificamente na Riva, a Nane teve uma outra percepção:

“Posso falar especialmente da Riva que, graças a Deus, tem um comportamento igualitário e temos várias mulheres nas lideranças, inclusive em cargos de diretoria de vendas como é o meu caso”. 

Ainda segundo ela, isso não é comum no mercado. “Estou nesse meio há 12 anos e é comum ver mulheres extremamente competentes perdendo oportunidades, simplesmente, por serem mulheres. Também, infelizmente, é muito comum ouvirmos piadas machistas e coisas como: é tão boa quanto um homem, como se fossemos menos só por ser mulher”.

Em comparação com o passado, como as coisas mudaram e qual é o papel da mulher na construção atualmente?

A maior diferença está nas mulheres transitarem mais, mesmo que em menor número, em todas as áreas. As pioneiras quebraram barreiras e deixaram claro que qualquer área é possível, também, para mulheres. Então, “essa coragem de quebrar regras abriu espaço e “obrigou” o mercado a nos respeitar”.

No Rio de Janeiro, a Nane teve a honra de ser uma dessas pioneiras. Aos 33 anos, ela se tornou a primeira mulher diretora de imobiliária de grande porte. No escritório da Riva Incorporadora no Rio de Janeiro, a equipe é predominantemente feminina e, na Riva Vendas (empresa de corretores e corretoras da Riva), há um time de líderes 47% feminino, e 9 dos 10 campeões de vendas de 2021 foram mulheres. “Tive a sorte de ser liderada por um visionário que me deu oportunidade de crescer e de lá para cá tenho incentivado outras mulheres a se posicionarem, pois nada nos difere”. 

Quais são os desafios que as mulheres ainda encontram na construção civil e no mercado imobiliário?

Segundo os dados de 2018 do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), o percentual de mulheres engenheiras no Brasil corresponde a aproximadamente 14,5% do total de registros. Para Nane, o motivo desse dado é, especialmente, cultural, pois está mais que provado que as mulheres são tão eficientes quanto os homens em todas as profissões, mas existe um machismo estrutural que faz com que algumas mulheres desistam da engenharia antes mesmo de começar. “Nas vendas, as mulheres têm se mostrado mais competitivas e focadas, sendo assim, obtêm melhores resultados e tornam-se inspiração para outras mulheres”.

Outro fato que a Nane trouxe para nós foi retirado de uma pesquisa de RH da qual ela teve acesso aos dados: “os homens, normalmente, se candidatam a vagas das quais eles não cumprem todos os requisitos, e as mulheres, normalmente, não! Isso comprova em partes que nós temos uma tendência natural a autocrítica muito elevada, talvez, até pelo machismo estrutural de nossa sociedade, inconscientemente nos permitimos e nos posicionamos menos que os homens”. 

Para Nane, há duas atitudes cruciais para superar esses desafios: se impor e se unir. 

“A mulher não pode ter medo de se posicionar, se impor, especialmente quando está confiante e certa de suas ações e detêm conhecimento”. 

Nane lembra que nas gerações passadas, mulheres tiveram ensinamentos atribuídos a elas, como serem cuidadosas, falarem baixo, oferecerem amor, entre outros. Para os homens, foram atribuídas posições de força, poder e lei. “Por algum tempo, algumas mulheres acreditavam que para serem líderes tinham que romper com o “amor” e se tornar a lei, por isso, algumas se masculinizaram e era, inclusive, comum mulheres terem que cortar seus cabelos curtos e vestirem blazer para apresentarem telejornais, por exemplo, pois assim passariam credibilidade (fiz faculdade de jornalismo e estudei sobre isso). Com a volatilidade do mundo, foi introduzido ao meio corporativo a importância da empatia e a “lei” teve que “amar”, homens tiveram que ser menos rígidos para ganhar o respeito dos seus subordinados. Matou o chefe e nasceu o líder. Por que estou fazendo essa volta ao mundo? Porque a mulher que cresceu filha de um “chefe” tem mais dificuldade de se posicionar, se impor, e isso é fundamental para abrir seu espaço no meio corporativo, especialmente num meio tão masculinizado como o mercado imobiliário. E se unir é sobre abrir portas para outras, vejo algumas mulheres ainda muito blindadas em relação ao espaço que conquistaram e como, normalmente, não foi fácil, se blindam com um medo inconsciente de perdê-lo para outras”.

O que você acha que ainda é possível mudar e melhorar?

A Nane Ogata é uma das autoras do livro “Mulheres no Mercado Imobiliário – Desafios e Conquistas”. No livro, ela conta sua trajetória no mercado imobiliário, que envolve perda e superação, mas também determinação, disciplina e resiliência. “Eu vivi um mercado extremamente machista e, muitas vezes, tive que me masculinizar para “ser parte”, ouvi comentários preconceituosos, mas não perdi o foco e a fé em mim mesma. Então com persistência mostrei meu valor e conquistei um espaço de respeito e reconhecimento, assim pude abrir portas para outras mulheres. Acho que isso é algo que precisamos aplicar”.

Crer que somos capazes é um grande passo para a mudança, mas isso ainda pode levar algumas gerações para efetivamente acontecer. O importante é que com posse desse conhecimento nos tornemos mais confiantes, menos críticas e mais “ousadas”, abrindo nossas próprias portas e sendo protagonistas de nossas próprias histórias.

Para finalizar, Nane deixa mais duas dicas para mulheres que desejam ingressar no mercado da construção civil e no mercado imobiliário:

“Duas frases que uso muito e compartilho são: O problema já existe, foque na solução! E: Um não bem dito gera respeito e, principalmente, autorrespeito e amor próprio”.

Por fim, que tal mais uma dica de leitura? A Deborah Goulart Ruas, superintendente de vendas da Direcional Engenharia, também compartilhou suas experiências e sua opinião sobre o papel das mulheres no mercado imobiliário. Clique aqui para conferir a entrevista completa!

Aproveite também para compartilhar essa entrevista nas suas redes sociais e inspirar mais mulheres. 

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